Fala-se por toda a UE da estratégia
2020 e em Portugal o conceito também já se instalou. As diferentes entidades
responsáveis pelas grandes áreas de intervenção da esfera pública portuguesa
elaboraram documentos que delinearam as suas opções estratégicas para os
próximos 5 anos. E este foi um dos meus últimos desafios profissionais, e pela
importância que revela para a instituição a que pertenço, e para a toda a
sociedade Portuguesa, merece uma sentida reflexão.
Na página da Comissão Europeia é
veiculado que, para medir os progressos na realização dos objetivos da
Estratégia Europa 2020, foram definidas cinco grandes metas para toda a EU que
passa por, no âmbito do emprego, aumentar para 75% a taxa de emprego na faixa
etária dos 20-64 anos; na área da investigação e desenvolvimento (I &D),
aumentar o investimento em 3% do PIB; na área das alterações climáticas e
sustentabilidade energética, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa
em 20% e aumentar em 20% a eficiência energética¸ na área da educação, reduzir
a taxa do abandono escolar precoce para menos de 10% e aumentar para 40% a
população, na faixa etária dos 30-34 anos, que possui diploma do ensino
superior; e por fim na área social, especificamente na luta contra a pobreza e exclusão
social, a meta passa pela redução, pelo menos, em 20 milhões, o número de
pessoas em risco ou em situação de pobreza ou de exclusão social.
Em terras lusas, pela sua
especificidade, fala-se portanto do Portugal
2020 com quatro domínios temáticos: competitividade e internacionalização;
inclusão social e emprego; capital humano e sustentabilidade e eficiência no
uso de recursos. O acordo de parceria assinado com a Comissão Europeia prevê
que Portugal possa aproveitar 25 mil milhões de euros até 2020, resultantes dos
cinco Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (Fundo de Coesão, FSE,
FEADER e FEAMP).
Interessa-me sobretudo a área social
e o impacto que estes apoios terão no combate às desigualdades sociais. Será
desta vez que os fundos terão algum impacto real e global na sociedade? Ou será
mais do mesmo: uma amálgama de medidas descoordenadas que visam sobretudo
erigir paredes de betão em vez de potenciar a inovação, o desenvolvimento, o
empreendedorismo. O Portugal de 2020 necessita sobretudo de pensar diferente,
de ir atrás de projetos que não visem apenas as infraestruturas, mas que sejam
intangíveis e com impacto efetivo, condição sine
qua non para a inovação e para o crescimento.
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